Pesquisadores mostram a forma como artistas medievais europeus retratavam animais

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Imagine ter de desenhar um elefante baseado apenas em antigos relatos de alguém que viu o animal poucas vezes.  Era esse o desafio de ilustradores medievais europeus, que recebiam a missão de retratar esse e outros bichos de terras distantes. O resultado? Um verdadeiro exercício de criatividade. O paquiderme às vezes assumia a forma de um cavalo com tromba, podia ganhar bolinhas por todo o corpo e até se parecer mais com um ser bizarro cujo rosto apresentava uma trombeta.

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A religião também colaborava. Como a maioria dos ilustradores e compiladores eram monges, animais, e até bestas mitológicas, ganhavam características morais, o que ajudava na doutrinação dos fiéis. O leão e o unicórnio, por exemplo, eram símbolos de nobreza.

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A trajetória do elefante não é um caso isolado. O leão-marinho, por exemplo, foi descrito como um cão com pés de ganso e pele de enguia. Os pássaros-do-paraíso, que chegavam empalhados e sem pernas à Europa, eram tidos como aves que viviam sempre no ar e nunca pousavam. Outro caso interessante foi estudado pelo brasileiro Roberto de Andrade Martins, que refez a trajetória do primeiro rinoceronte levado ao Velho Mundo após a queda de Roma.

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